É dever de todo Católico amar o Sucessor de Pedro, o Papa! O que significa esse "amar"? Esse amar deve se concretizar em gestos: não estamos próximos fisicamente ao Papa da mesma maneira que estamos de um ente querido, para expressar nosso amor de forma carinhosa como em um abraço apertado ou com palavras. Nosso amor ao Santo Padre deve se concretizar principalmente na obediência a suas palavras e nas orações que elevamos a Deus por sua vida e por seu ministério.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
COMO APROVEITAR MAIS O ANO DA FÉ?
Segue algumas indicações da Congregação para a Doutrina da Fé para aproveitar melhor o "Ano da Fé" convocado pelo Santo Padre Bento XVI.
INDICAÇÕES
“Eu sei em quem pus a minha fé” (2 Tm 1, 12): esta palavra de
São Paulo nos ajuda a compreender que “antes de mais, a fé é uma adesão
pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o
assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus”.
A fé como confiança pessoal no Senhor e a fé que professamos no Credo são
inseparáveis, se atraem e se exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda
entre a fé vivida e os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é
também a fé dos apóstolos e dos doutores da Igreja.
Neste sentido, as seguintes indicações para o Ano da Fé
desejam favorecer tanto o encontro com Cristo por meio de autênticas testemunhas
da fé, quanto o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos. Trata-se de
propostas que visam solicitar, de maneira exemplificativa, a pronta
responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre a viver em plenitude
este Ano como um especial “tempo de graça”.
A redescoberta alegre da fé poderá contribuir também a consolidar a unidade e a
comunhão entre as diversas realidades que compõem a grande família da Igreja.
I. A nível da Igreja universal
1. O principal evento eclesial no começo do Ano da Fé será a
XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada pelo Papa Bento
XVI para o mês de outubro de 2012 e dedicada à Nova evangelização para a
transmissão da fé cristã. Durante este Sínodo, no dia 11 de outubro de 2012,
acontecerá uma celebração solene de inauguração do Ano da Fé, recordando
o qüinquagésimo aniversário de abertura do Concílio Vaticano II.
2. No Ano da Fé devem-se encorajar as romarias dos fiéis à Sé
de Pedro, para ali professarem a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
unindo-se àquele que é chamado hoje a confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22,
32). Será importante favorecer também as romarias à Terra Santa, lugar que por
primeiro viu a presença de Jesus, o Salvador, e de Maria, sua mãe.
3. No decorrer deste Ano será útil convidar os fiéis a se
dirigirem com devoção especial a Maria, figura da Igreja, que “reúne em si e
reflete os imperativos mais altos da nossa fé”.
Assim pois deve-se encorajar qualquer iniciativa que ajude os fiéis a reconhecer
o papel especial de Maria no mistério da salvação, a amá-la filialmente e a
seguir a sua fé e as suas virtudes. A tal fim será muito conveniente organizar
romarias, celebrações e encontros junto dos maiores Santuários.
4. A próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013
oferecerá uma ocasião privilegiada aos jovens para experimentar a alegria que
provém da fé no Senhor Jesus e da comunhão com o Santo Padre, na grande família
da Igreja.
5. Deseja-se que sejam organizados simpósios, congressos e encontros
de grande porte, também a nível internacional, que favoreçam o encontro com
autênticos testemunhos da fé e o conhecimento dos conteúdos da doutrina
católica. Demonstrando como também hoje a Palavra de Deus continua a crescer e a
se difundir, será importante dar testemunho de que em Jesus Cristo “encontra
plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano”
e que a fé “se torna um novo critério de entendimento e de ação que muda toda a
vida do homem”.
Alguns congressos serão dedicados à redescoberta dos ensinamentos do Concílio
Vaticano II.
6. Para todos os crentes, o Ano da Fé oferecerá uma ocasião
favorável para aprofundar o conhecimento dos principais Documentos do Concílio
Vaticano II e o estudo do
Catecismo
da Igreja Católica. Isto vale de modo
particular para os candidatos ao sacerdócio, sobretudo durante o ano
propedêutico ou nos primeiros anos dos estudos teológicos, para as noviças e os
noviços dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica,
bem como para aqueles que vivem um período de prova para incorporar-se a uma
Associação ou a um Movimento eclesial.
7. Este Ano será a ocasião propícia para acolher com maior atenção
as homilias, as catequeses, os discursos e as outras intervenções do Santo
Padre. Os Pastores, as pessoas consagradas e os fiéis leigos serão convidados a
um empenho renovado de efetiva e cordial adesão ao ensinamento do Sucessor de
Pedro.
8. Durante o Ano da Fé, se deseja que haja várias iniciativas
ecumênicas, em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade
dos Cristãos, com o fim de invocar e favorecer “a restauração da unidade entre
todos os cristãos” que é “um dos principais propósitos do sagrado Concílio
Ecumênico Vaticano II”.
Em particular, acontecerá uma solene celebração ecumênica a fim de reafirmar a
fé em Cristo por parte de todos os batizados.
9. Junto ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova
Evangelização será instituída uma Secretaria especial para coordenar as
diversas iniciativas relativas ao Ano da Fé, promovidas pelos vários
Dicastérios da Santa Sé ou que tenham relevância para a Igreja universal. Será
conveniente informar com tempo esta Secretaria sobre os principais
eventos organizados: ela também poderá sugerir iniciativas oportunas a respeito.
A Secretaria abrirá para tanto um site internet com a finalidade
de oferecer todas as informações úteis para viver de modo eficaz o Ano da Fé.
10. Por ocasião da conclusão deste Ano, na Solenidade de Nosso
Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, acontecerá uma Eucaristia celebrada pelo
Santo Padre, na qual se renovará solenemente a profissão de fé.
II. A nível das Conferências Episcopais
1. As Conferências Episcopais poderão dedicar uma jornada de estudo
ao tema da fé, do seu testemunho pessoal e da sua transmissão às novas gerações,
na consciência da missão específica dos Bispos como mestres e “arautos da fé”.
2. Será útil favorecer a republicação dos Documentos do Concílio
Vaticano II, do
Catecismo
da Igreja Católica e do seu
Compêndio,
também em edições de bolso e econômicas, e a sua maior difusão possível com a
ajuda dos meios eletrônicos e das tecnologias modernas.
3. Deseja-se um esforço renovado para traduzir os Documentos do
Concílio Vaticano II e o
Catecismo
da Igreja Católica nas línguas em que
ainda não existem. Encorajam-se as iniciativas de sustento caritativo para tais
traduções nas línguas locais dos Países em terra de missão, onde as Igrejas
particulares não podem arcar com as despesas. Tudo isto seja feito sob a guia da
Congregação para a Evangelização dos Povos.
4. Os Pastores, haurindo das novas linguagens de comunicação, devem
se empenhar para promover transmissões televisivas ou radiofônicas, filmes e
publicações, também a nível popular e acessíveis a um grande público, sobre o
tema da fé, dos seus princípios e conteúdos, como também sobre o significado
eclesial do Concílio Vaticano II.
5. Os Santos e os Beatos são as autênticas testemunhas da fé.
Portanto será oportuno que as Conferências Episcopais se empenhem para difundir
o conhecimento dos Santos do próprio território, utilizando também os modernos
meios de comunicação social.
6. O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste
sentido, se aconselha às Conferências Episcopais a valorizar adequadamente, em
função catequética e eventualmente em colaboração ecumênica, o patrimônio das
obras de arte presentes nos lugares confiados à sua cura pastoral.
7. Os docentes nos Centros de estudos teológicos, nos Seminários e
nas Universidades católicas são convidados a verificar a relevância, no
exercício do próprio magistério, dos conteúdos do
Catecismo
da Igreja Católica e das implicações que daí derivam para as respectivas disciplinas.
8. Será útil preparar, com a ajuda de teólogos e autores
competentes, subsídios de divulgação com caráter apologético (cf. 1 Pd 3, 15).
Assim cada fiel poderá responder melhor às perguntas que se fazem nos diversos
âmbitos culturais, ora no tocante aos desafios das seitas, ora aos problemas
ligados ao secularismo e ao relativismo, ora “a uma série de interrogativos, que
provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o
âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas”,
como também a outras dificuldades específicas.
9. Deseja-se um controle dos catecismos locais e dos vários
subsídios catequéticos em uso nas Igrejas particulares, para garantir a sua
conformidade plena com o
Catecismo
da Igreja Católica.
No caso em que alguns catecismos ou subsídios não estejam em plena sintonia com
o Catecismo, ou revelem algumas lacunas, poder-se-á encetar a elaboração
de novos, eventualmente segundo o exemplo e a ajuda de outras Conferências
Episcopais que já providenciaram à sua redação.
10. Será oportuna, em colaboração com a competente Congregação para
a Educação Católica, um controle da presença dos conteúdos do
Catecismo
da Igreja Católica na Ratio da formação dos futuros sacerdotes e no
Curriculum dos seus estudos teológicos.
III. A nível diocesano
1. Deseja-se uma celebração de abertura do Ano da Fé e uma
solene conclusão do mesmo a nível de cada Igreja particular, ocasião para
“confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do
mundo inteiro”.
2. Será oportuno organizar em cada Diocese do mundo uma jornada
sobre o
Catecismo
da Igreja Católica, convidando especialmente os
sacerdotes, as pessoas consagradas e os catequistas. Nesta ocasião, por exemplo,
as Eparquias orientais católicas poderiam preparar um encontro com os sacerdotes
para testemunhar a sensibilidade específica e a tradição litúrgica próprias ao
interno da única fé em Cristo; assim as jovens Igrejas particulares nas terras
de missão poderão ser convidadas a oferecer um testemunho renovado daquela
alegria na fé que tanto as caracterizam.
3. Cada Bispo poderá dedicar uma sua Carta pastoral ao tema da fé,
recordando a importância do Concílio Vaticano II e do
Catecismo
da Igreja Católica levando em conta as circunstâncias pastorais específicas da porção
de fiéis a ele confiada.
4. Deseja-se que em cada Diocese, sob a responsabilidade do Bispo,
sejam organizados momentos de catequese, destinados aos jovens e àqueles que
estão em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de descobrir a beleza
da fé eclesial, e que sejam promovidos encontros com as testemunhas
significativas da mesma.
5. Será oportuno controlar a assimilação (receptio) do
Concílio Vaticano II e do
Catecismo
da Igreja Católica na vida e na
missão de cada Igreja particular, especialmente em âmbito catequético. Neste
sentido se deseja um empenho renovado por parte dos Ofícios catequéticos das
Dioceses, os quais – com o apoio das Comissões para a Catequese das Conferências
Episcopais ; têm o dever de providenciar à formação dos catequistas no que diz
respeito aos conteúdos da fé.
6. A formação permanente do clero poderá ser concentrada,
especialmente neste Ano da Fé, nos Documentos do Concílio Vaticano II e
no
Catecismo
da Igreja Católica, tratando, por exemplo, de temas como “o
anúncio do Cristo ressuscitado”, “a Igreja, sacramento de salvação”, “a missão
evangelizadora no mundo de hoje”, “fé e incredulidade”, “fé, ecumenismo e
diálogo interreligioso”, “fé e vida eterna”, “a hermenêutica da reforma na
continuidade”, “o Catecismo na preocupação pastoral ordinária”.
7. Os Bispos são convidados a organizar, especialmente no período da
quaresma, celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus, também e
particularmente, pelos pecados contra a fé. Este Ano será também um tempo
favorável para se aproximar com maior fé e maior freqüência do sacramento da
Penitência.
8. Deseja-se um envolvimento do mundo acadêmico e da cultura por uma
renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de simpósios,
congressos e jornadas de estudo, especialmente nas Universidades católicas,
mostrando “que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência
autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade”.
9. Será importante promover encontros com pessoas que, “embora não
reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do
sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo”,
inspirando-se também nos diálogos do Pátio dos Gentios, organizados sob a
guia do Conselho Pontifício para a Cultura.
10. O Ano da Fé poderá ser uma ocasião para prestar uma maior
atenção às Escolas católicas, lugares próprios para oferecer aos alunos um
testemunho vivo do Senhor e para cultivar a sua fé com uma referência oportuna à
utilização de bons instrumentos catequéticos, como por exemplo, o
Compêndio
do Catecismo
da Igreja Católica ou como o Youcat.
IV. A nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são
convidados a ler e meditar atentamente a Carta apostólica
Porta fidei do
Santo Padre Bento XVI.
2. O Ano da Fé “será uma ocasião propícia também para
intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na
Eucaristia”.
Na Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja é
proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a participar
dela conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de serem testemunhas
autênticas do Senhor.
3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos
Documentos do Concílio Vaticano II e do
Catecismo
da Igreja Católica,
tirando daí fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a
preparação aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre
alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo “o encontro com Cristo”,
“os conteúdos fundamentais do Credo”, “a fé e a Igreja”.
4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal
do
Catecismo
da Igreja Católica e guiar, sob a responsabilidade
dos respectivos párocos, grupos de fiéis à leitura e ao aprofundimento deste
precioso instrumento, a fim de criar pequenas comunidades de fé e de testemunho
do Senhor Jesus.
5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e
na distribuição do
Catecismo
da Igreja Católica ou de outros subsídios
adequados às famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro lugar da
transmissão da fé, como por exemplo no contexto das bênçãos das casas, dos
Batismos dos adultos, das Crismas, dos Matrimônios. Isto poderá contribuir para
a confissão e aprofundimento da doutrina católica “nas nossas casas e no meio
das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer
melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre”.
6. Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas
paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o dom da
fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na consciência de que a
vocação cristã “é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado”.
7. Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das
Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova
evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela contribuição dos
próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã doutrina.
8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé
dedicarão uma intenção de oração especial para a renovação da fé no Povo de Deus
e para um novo impulso na sua transmissão às jovens gerações.
9. As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem
promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do próprio
carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas no grande
evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de
modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para
oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.
10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão
comunicar a própria experiência de fé e de caridade dialogando com os seus irmãos e irmãs, também com os das outras confissões
cristãs, com os seguidores de outras religiões e com aqueles que não crêem ou
são indiferentes. Deste modo se deseja que todo o povo cristão comece uma
espécie de missão endereçada aqueles com os quais vive e trabalha, com
consciência de ter recebido “a mensagem da salvação para a comunicar a todos”.
MISA CRISMAL DEL JUEVES SANTO EN EL 05-04-2012
Queridos hermanos y hermanas
En esta Santa Misa, nuestra mente retorna hacia aquel momento en el que el
Obispo, por la imposición de las manos y la oración, nos introdujo en el
sacerdocio de Jesucristo, de forma que fuéramos «santificados en la verdad» (Jn
17,19), como Jesús había pedido al Padre para nosotros en la oración sacerdotal.
Él mismo es la verdad. Nos ha consagrado, es decir, entregado para siempre a
Dios, para que pudiéramos servir a los hombres partiendo de Dios y por él. Pero,
¿somos también consagrados en la realidad de nuestra vida? ¿Somos hombres que
obran partiendo de Dios y en comunión con Jesucristo? Con esta pregunta, el
Señor se pone ante nosotros y nosotros ante él: «¿Queréis uniros más fuertemente
a Cristo y configuraros con él, renunciando a vosotros mismos y reafirmando la
promesa de cumplir los sagrados deberes que, por amor a Cristo, aceptasteis
gozosos el día de vuestra ordenación para el servicio de la Iglesia?». Así
interrogaré singularmente a cada uno de vosotros y también a mí mismo después de
la homilía. Con esto se expresan sobre todo dos cosas: se requiere un vínculo
interior, más aún, una configuración con Cristo y, con ello, la necesidad de una
superación de nosotros mismos, una renuncia a aquello que es solamente nuestro,
a la tan invocada autorrealización. Se pide que nosotros, que yo, no reclame mi
vida para mí mismo, sino que la ponga a disposición de otro, de Cristo. Que no
me pregunte: ¿Qué gano yo?, sino más bien: ¿Qué puedo dar yo por él y también
por los demás? O, todavía más concretamente: ¿Cómo debe llevarse a cabo esta
configuración con Cristo, que no domina, sino que sirve; que no recibe, sino que
da?; ¿cómo debe realizarse en la situación a menudo dramática de la Iglesia de
hoy? Recientemente, un grupo de sacerdotes ha publicado en un país europeo una
llamada a la desobediencia, aportando al mismo tiempo ejemplos concretos de cómo
se puede expresar esta desobediencia, que debería ignorar incluso decisiones
definitivas del Magisterio; por ejemplo, en la cuestión sobre la ordenación de
las mujeres, sobre la que el beato Papa Juan Pablo II ha declarado de manera
irrevocable que la Iglesia no ha recibido del Señor ninguna autoridad sobre esto.
Pero la desobediencia, ¿es un camino para renovar la Iglesia? Queremos creer a
los autores de esta llamada cuando afirman que les mueve la solicitud por la
Iglesia; su convencimiento de que se deba afrontar la lentitud de las
instituciones con medios drásticos para abrir caminos nuevos, para volver a
poner a la Iglesia a la altura de los tiempos. Pero la desobediencia, ¿es
verdaderamente un camino? ¿Se puede ver en esto algo de la configuración con
Cristo, que es el presupuesto de toda renovación, o no es más bien sólo un afán
desesperado de hacer algo, de trasformar la Iglesia según nuestros deseos y
nuestras ideas?
Pero no simplifiquemos demasiado el problema. ¿Acaso Cristo no ha corregido las
tradiciones humanas que amenazaban con sofocar la palabra y la voluntad de Dios?
Sí, lo ha hecho para despertar nuevamente la obediencia a la verdadera voluntad
de Dios, a su palabra siempre válida. A él le preocupaba precisamente la
verdadera obediencia, frente al arbitrio del hombre. Y no lo olvidemos: Él era
el Hijo, con la autoridad y la responsabilidad singular de desvelar la auténtica
voluntad de Dios, para abrir de ese modo el camino de la Palabra de Dios al
mundo de los gentiles. Y, en fin, ha concretizado su mandato con la propia
obediencia y humildad hasta la cruz, haciendo así creíble su misión. No mi
voluntad, sino la tuya: ésta es la palabra que revela al Hijo, su humildad y a
la vez su divinidad, y nos indica el camino.
Dejémonos interrogar todavía una vez más. Con estas consideraciones, ¿acaso no
se defiende de hecho el inmovilismo, el agarrotamiento de la tradición? No.
Mirando a la historia de la época post-conciliar, se puede reconocer la dinámica
de la verdadera renovación, que frecuentemente ha adquirido formas inesperadas
en momentos llenos de vida y que hace casi tangible la inagotable vivacidad de
la Iglesia, la presencia y la acción eficaz del Espíritu Santo. Y si miramos a
las personas, por las cuales han brotado y brotan estos ríos frescos de vida,
vemos también que, para una nueva fecundidad, es necesario estar llenos de la
alegría de la fe, de la radicalidad de la obediencia, del dinamismo de la
esperanza y de la fuerza del amor.
Queridos amigos, queda claro que la configuración con Cristo es el presupuesto y
la base de toda renovación. Pero tal vez la figura de Cristo nos parece a veces
demasiado elevada y demasiado grande como para atrevernos a adoptarla como
criterio de medida para nosotros. El Señor lo sabe. Por eso nos ha proporcionado
«traducciones» con niveles de grandeza más accesibles y más cercanos.
Precisamente por esta razón, Pablo decía sin timidez a sus comunidades: Imitadme
a mí, pero yo pertenezco a Cristo. Él era para sus fieles una «traducción» del
estilo de vida de Cristo, que ellos podían ver y a la cual se podían asociar.
Desde Pablo, y a lo largo de la historia, se nos han dado continuamente estas «traducciones»
del camino de Jesús en figuras vivas de la historia. Nosotros, los sacerdotes,
podemos pensar en una gran multitud de sacerdotes santos, que nos han precedido
para indicarnos la senda: comenzando por Policarpo de Esmirna e Ignacio de
Antioquia, pasando por grandes Pastores como Ambrosio, Agustín y Gregorio Magno,
hasta Ignacio de Loyola, Carlos Borromeo, Juan María Vianney, hasta los
sacerdotes mártires del siglo XX y, por último, el Papa Juan Pablo II que, en la
actividad y en el sufrimiento, ha sido un ejemplo para nosotros en la
configuración con Cristo, como «don y misterio». Los santos nos indican cómo
funciona la renovación y cómo podemos ponernos a su servicio. Y nos permiten
comprender también que Dios no mira los grandes números ni los éxitos exteriores,
sino que remite sus victorias al humilde signo del grano de mostaza.
Queridos amigos, quisiera mencionar brevemente todavía dos palabras clave de la
renovación de las promesas sacerdotales, que deberían inducirnos a reflexionar
en este momento de la Iglesia y de nuestra propia vida. Ante todo, el recuerdo
de que somos –como dice Pablo– «administradores de los misterios de Dios» (1Co
4,1) y que nos corresponde el ministerio de la enseñanza, el (munus docendi),
que es una parte de esa administración de los misterios de Dios, en los que él
nos muestra su rostro y su corazón, para entregarse a nosotros. En el encuentro
de los cardenales con ocasión del último consistorio, varios Pastores, basándose
en su experiencia, han hablado de un analfabetismo religioso que se difunde en
medio de nuestra sociedad tan inteligente. Los elementos fundamentales de la fe,
que antes sabía cualquier niño, son cada vez menos conocidos. Pero para poder
vivir y amar nuestra fe, para poder amar a Dios y llegar por tanto a ser capaces
de escucharlo del modo justo, debemos saber qué es lo que Dios nos ha dicho;
nuestra razón y nuestro corazón han de ser interpelados por su palabra. El Año
de la Fe, el recuerdo de la apertura del Concilio Vaticano II hace 50 años, debe
ser para nosotros una ocasión para anunciar el mensaje de la fe con un nuevo
celo y con una nueva alegría. Naturalmente, este mensaje lo encontramos primaria
y fundamentalmente en la Sagrada Escritura, que nunca leeremos y meditaremos
suficientemente. Pero todos tenemos experiencia de que necesitamos ayuda para
transmitirla rectamente en el presente, de manera que mueva verdaderamente
nuestro corazón. Esta ayuda la encontramos en primer lugar en la palabra de la
Iglesia docente: los
textos del Concilio Vaticano II y el
Catecismo de la
Iglesia Católica son los instrumentos esenciales que nos indican de modo
auténtico lo que la Iglesia cree a partir de la Palabra de Dios. Y,
naturalmente, también forma parte de ellos todo el tesoro de documentos que el
Papa Juan Pablo II nos ha dejado y que todavía están lejos de ser aprovechados
plenamente.
Todo anuncio nuestro debe confrontarse con la palabra de Jesucristo: «Mi
doctrina no es mía» (Jn 7,16). No anunciamos teorías y opiniones privadas, sino
la fe de la Iglesia, de la cual somos servidores. Pero esto, naturalmente, en
modo alguno significa que yo no sostenga esta doctrina con todo mi ser y no esté
firmemente anclado en ella. En este contexto, siempre me vienen a la mente
aquellas palabras de san Agustín: ¿Qué es tan mío como yo mismo? ¿Qué es tan
menos mío como yo mismo? No me pertenezco y llego a ser yo mismo precisamente
por el hecho de que voy más allá de mí mismo y, mediante la superación de mí
mismo, consigo insertarme en Cristo y en su cuerpo, que es la Iglesia. Si no nos
anunciamos a nosotros mismos e interiormente hemos llegado a ser uno con aquél
que nos ha llamado como mensajeros suyos, de manera que estamos modelados por la
fe y la vivimos, entonces nuestra predicación será creíble. No hago publicidad
de mí, sino que me doy a mí mismo. El Cura de Ars, lo sabemos, no era un docto,
un intelectual. Pero con su anuncio llegaba al corazón de la gente, porque él
mismo había sido tocado en su corazón.
La última palabra clave a la que quisiera aludir todavía se llama celo por las
almas (animarum zelus). Es una expresión fuera de moda que ya casi no se usa hoy.
En algunos ambientes, la palabra alma es considerada incluso un término
prohibido, porque –se dice– expresaría un dualismo entre el cuerpo y el alma,
dividiendo falsamente al hombre. Evidentemente, el hombre es una unidad,
destinada a la eternidad en cuerpo y alma. Pero esto no puede significar que ya
no tengamos alma, un principio constitutivo que garantiza la unidad del hombre
en su vida y más allá de su muerte terrena. Y, como sacerdotes, nos preocupamos
naturalmente por el hombre entero, también por sus necesidades físicas: de los
hambrientos, los enfermos, los sin techo. Pero no sólo nos preocupamos de su
cuerpo, sino también precisamente de las necesidades del alma del hombre: de las
personas que sufren por la violación de un derecho o por un amor destruido; de
las personas que se encuentran en la oscuridad respecto a la verdad; que sufren
por la ausencia de verdad y de amor. Nos preocupamos por la salvación de los
hombres en cuerpo y alma. Y, en cuanto sacerdotes de Jesucristo, lo hacemos con
celo. Nadie debe tener nunca la sensación de que cumplimos concienzudamente
nuestro horario de trabajo, pero que antes y después sólo nos pertenecemos a
nosotros mismos. Un sacerdote no se pertenece jamás a sí mismo. Las personas han
de percibir nuestro celo, mediante el cual damos un testimonio creíble del
evangelio de Jesucristo. Pidamos al Señor que nos colme con la alegría de su
mensaje, para que con gozoso celo podamos servir a su verdad y a su amor. Amén.
© Copyright 2012 - Libreria
Editrice Vaticana
domingo, 13 de maio de 2012
INCONCILIABILIDADE ENTRE FÉ CRISTÃ E MAÇONARIA
Hoje publico alguns poucos textos do Magistério da Igreja sobre a Maçonaria. Acho que é sempre bom lembrar a posição da Igreja frente alguns assuntos de grande importância para nós católicos.
CARTA ENCÍCLICA HUMANUS GENUS DE LEÃO XIII, ANO 1884.
"O Gênero Humano, após sua miserável queda de Deus, o Criador e Doador
dos dons celestes, "pela inveja do demônio," separou-se em duas
partes diferentes e opostas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e
virtude, e a outra por aquelas coisas que são contrárias à virtude e à
verdade. Uma é o reino de Deus na terra, especificamente, a verdadeira Igreja
de Jesus Cristo; e aqueles que desejam em seus corações estar unidos a ela,
de modo a receber a salvação, devem necessariamente servir a Deus e Seu
único Filho com toda a sua mente e com um desejo completo. A outra é o reino
de Satanás, em cuja possessão e controle estão todos e quaisquer que sigam
o exemplo fatal de seu líder e de nossos primeiros pais, aqueles que se
recusam a obedecer à lei divina e eterna, e que têm muitos objetivos
próprios em desprezo a Deus, e também muitos objetivos contra Deus."
"Tão logo a constituição e o espírito da seita maçônica foram
claramente descobertos por manifestos sinais de suas ações, pela
investigação de suas causas, pela publicação de suas leis, e de seus ritos
e comentários, com a freqüente adição do testemunho pessoal daqueles que
estiveram no segredo, esta sé apostólica denunciou a seita dos Maçons, e
publicamente declarou sua constituição, como contrária à lei e ao direito,
perniciosa tanto à Cristandade como ao Estado; e proibiu qualquer um de
entrar na sociedade, sob as penas que a Igreja costuma infligir sobre as
pessoas excepcionalmente culpadas."
"Com a maior unanimidade a seita dos Maçons também esforça-se para tomar
a si mesma a educação da juventude. Eles pensam que eles podem facilmente
moldar às suas opiniões aquela idade macia e maleável, e torcê-la no que
quer que eles desejem; e que nada pode ser mais adequado do que isto para
permitir a eles levar a juventude do Estado a seguir seu próprio plano.
Portanto, na educação e instrução de crianças eles não permitem qualquer
participação, quer no ensinamento ou na disciplina, aos ministros da Igreja;
e em muitos lugares eles têm procurado obter que a educação dos jovens
esteja exclusivamente nas mãos de leigos, e que nada que trate dos mais
importantes e mais sagrados deveres dos homens para com Deus deva ser
introduzido na instrução sobre moral."
"O mal, também, é agravado pelos perigos que ameaçam a sociedade
doméstica e civil. Como Nós demonstramos, no matrimônio, de acordo com a
crença de quase todas nações, há algo sagrado e religioso; e a lei de Deus
determinou que os matrimônios não devam ser dissolvidos. Se eles forem
desprovidos do seu caráter sagrado, e feitos dissolúveis, problemas e
confusão na família serão o resultado, a esposa sendo despojada de sua
dignidade e as crianças deixadas sem proteção quanto aos seus interesses e
bem-estar. - Não ter nos assuntos públicos qualquer cuidado pela religião,
e nos arranjos e administração dos assuntos civis não ter maior
consideração para com Deus do que se Ele não existisse, é uma imprudência
desconhecida dos próprios pagãos; pois em seus corações e almas a noção
de uma divindade e a necessidade de uma religião pública estavam tão
firmemente estabelecidas que eles teriam pensado ser mais fácil ter uma
cidade sem fundamentos do que uma cidade sem Deus. A sociedade humana, para a
qual nós verdadeiramente por natureza somos formados, foi constituída por
Deus, o Autor da natureza; e dEle, como de seu princípio e fonte, fluem em
toda a sua força e permanência os incontáveis benefícios com os quais a
sociedade abunda. Como todos e cada um de nós somos admoestados pela própria
voz da natureza para cultuar a Deus em piedade e santidade, como o Doador da
vida e de tudo que é bom nela, do mesmo modo e pela mesma razão, nações e
Estados estão obrigado a cultuá-lO; e portanto é claro que aqueles que
querem absolver a sociedade de todos os deveres religiosos agem não só
injustamente mas também com ignorância e insensatez."
INSTRUÇÃO DO SANTO OFÍCIO AD GRAVISSIMA AVERTENDA, ANO 1884
" Para que não tenha lugar o erro na hora de determinar quais dessas perigosas seitas estão submetidas a censura, e quais somente a proibição, é certo que, em primeiro lugar estão castigados com excomunhão Latae sententiae, a maçonaria e outras seitas da mesma especie que maquinam contra a Igreja e os poderes legitimos, oculta ou publicamente"
SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ "DECLARATIO DE ASSOCIATIONIBUS MASSONICIS" ANO 1983
"Permanece
portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações
maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis
com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas.
Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado
de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão."
terça-feira, 8 de maio de 2012
Y EL MAESTRO HABLA...
Publico hoy el discurso de Su Santidad en el ecuentro con los profesores universitários en la JMJ Madrid 2011. Vale la pena volver a leer todos los textos del Papa en la JMJ 2011 y poco a poco voy publicando aquí en el Blog algunos para nuestros lectores. Un abrazo!!
ENCUENTRO CON LOS JÓVENES PROFESORES UNIVERSITARIOS
DISCURSO DEL SANTO
PADRE BENEDICTO XVI
Basílica de San Lorenzo de El Escorial
Viernes 19 de agosto de 2011
Basílica de San Lorenzo de El Escorial
Viernes 19 de agosto de 2011
Señor Cardenal Arzobispo de Madrid,
Queridos Hermanos en el Episcopado,
Queridos Padres Agustinos,
Queridos Profesores y Profesoras,
Distinguidas Autoridades,
Amigos todos
Queridos Hermanos en el Episcopado,
Queridos Padres Agustinos,
Queridos Profesores y Profesoras,
Distinguidas Autoridades,
Amigos todos
Esperaba con ilusión este encuentro con vosotros, jóvenes profesores de
las universidades españolas, que prestáis una espléndida colaboración en la
difusión de la verdad, en circunstancias no siempre fáciles. Os saludo
cordialmente y agradezco las amables palabras de bienvenida, así como la música
interpretada, que ha resonado de forma maravillosa en este monasterio de gran
belleza artística, testimonio elocuente durante siglos de una vida de oración y
estudio. En este emblemático lugar, razón y fe se han fundido armónicamente en
la austera piedra para modelar uno de los monumentos más renombrados de España.
Saludo también con particular afecto a aquellos que en estos días habéis
participado en Ávila en el Congreso Mundial de Universidades Católicas, bajo el
lema: “Identidad y misión de la Universidad Católica”.
Al estar entre vosotros, me vienen a la mente mis primeros pasos como
profesor en la Universidad de Bonn. Cuando todavía se apreciaban las heridas de la guerra y eran
muchas las carencias materiales, todo lo suplía la ilusión por una actividad
apasionante, el trato con colegas de las diversas disciplinas y el deseo de
responder a las inquietudes últimas y fundamentales de los alumnos. Esta
“universitas” que entonces viví, de profesores y estudiantes que buscan juntos
la verdad en todos los saberes, o como diría Alfonso X el Sabio, ese
“ayuntamiento de maestros y escolares con voluntad y entendimiento de aprender
los saberes” (Siete Partidas, partida II, tít. XXXI),
clarifica el sentido y hasta la definición de la Universidad.
En el lema de la presente Jornada Mundial de la Juventud: “Arraigados y
edificados en Cristo, firmes en la fe” (cf. Col 2, 7), podéis también
encontrar luz para comprender mejor vuestro ser y quehacer. En este sentido, y
como ya escribí en el Mensaje a los jóvenes como preparación para estos días,
los términos “arraigados, edificados y firmes” apuntan a fundamentos sólidos
para la vida (cf. n. 2).
Pero, ¿dónde encontrarán los jóvenes esos puntos de referencia en una
sociedad quebradiza e inestable? A veces se piensa que la misión de un profesor
universitario sea hoy exclusivamente la de formar profesionales competentes y
eficaces que satisfagan la demanda laboral en cada preciso momento. También se
dice que lo único que se debe privilegiar en la presente coyuntura es la mera
capacitación técnica. Ciertamente, cunde en la actualidad esa visión
utilitarista de la educación, también la universitaria, difundida especialmente
desde ámbitos extrauniversitarios. Sin embargo, vosotros que habéis vivido como
yo la Universidad, y que la vivís ahora como docentes, sentís sin duda el anhelo de algo más
elevado que corresponda a todas las dimensiones que constituyen al hombre.
Sabemos que cuando la sola utilidad y el pragmatismo inmediato se erigen como
criterio principal, las pérdidas pueden ser dramáticas: desde los abusos de una
ciencia sin límites, más allá de ella misma, hasta el totalitarismo político que
se aviva fácilmente cuando se elimina toda referencia superior al mero cálculo
de poder. En cambio, la genuina idea de Universidad es precisamente lo que nos
preserva de esa visión reduccionista y sesgada de lo humano.
En efecto, la Universidad ha sido, y está llamada a ser siempre, la casa donde se busca la
verdad propia de la persona humana. Por ello, no es casualidad que fuera la
Iglesia quien promoviera la institución universitaria, pues la fe cristiana nos
habla de Cristo como el Logos por quien todo fue hecho (cf. Jn 1,3), y
del ser humano creado a imagen y semejanza de Dios. Esta buena noticia descubre
una racionalidad en todo lo creado y contempla al hombre como una criatura que
participa y puede llegar a reconocer esa racionalidad. La Universidad
encarna, pues, un ideal que no debe desvirtuarse ni por ideologías
cerradas al diálogo racional, ni por servilismos a una lógica utilitarista de
simple mercado, que ve al hombre como mero consumidor.
He ahí vuestra importante y vital misión. Sois vosotros quienes tenéis
el honor y la responsabilidad de transmitir ese ideal universitario: un ideal
que habéis recibido de vuestros mayores, muchos de ellos humildes
seguidores del Evangelio y que en cuanto tales se han convertido en
gigantes del espíritu. Debemos sentirnos sus continuadores en una historia bien
distinta de la suya, pero en la que las cuestiones esenciales del ser humano
siguen reclamando nuestra atención e impulsándonos hacia adelante. Con ellos nos
sentimos unidos a esa cadena de hombres y mujeres que se han entregado a
proponer y acreditar la fe ante la inteligencia de los hombres.
Y el modo de hacerlo no solo es enseñarlo, sino vivirlo, encarnarlo, como
también el Logos se encarnó para poner su morada entre nosotros. En este
sentido, los jóvenes necesitan auténticos maestros; personas abiertas a la
verdad total en las diferentes ramas del saber, sabiendo escuchar y viviendo en
su propio interior ese diálogo interdisciplinar; personas convencidas, sobre
todo, de la capacidad humana de avanzar en el camino hacia la verdad. La
juventud es tiempo privilegiado para la búsqueda y el encuentro con la verdad.
Como ya dijo Platón: “Busca la verdad mientras eres joven, pues si no lo haces,
después se te escapará de entre las manos” (Parménides, 135d).
Esta alta aspiración es la más valiosa que podéis transmitir personal y
vitalmente a vuestros estudiantes, y no simplemente unas técnicas instrumentales
y anónimas, o unos datos fríos, usados sólo funcionalmente.
Por tanto, os animo encarecidamente a no perder nunca dicha sensibilidad e
ilusión por la verdad; a no olvidar que la enseñanza no es una escueta
comunicación de contenidos, sino una formación de jóvenes a quienes habéis de
comprender y querer, en quienes debéis suscitar esa sed de verdad que poseen en
lo profundo y ese afán de superación. Sed para ellos estímulo y fortaleza.
Para esto, es preciso tener en cuenta, en primer lugar, que el camino
hacia la verdad completa compromete también al ser humano por entero: es un
camino de la inteligencia y del amor, de la razón y de la fe. No podemos avanzar
en el conocimiento de algo si no nos mueve el amor; ni tampoco amar algo en lo
que no vemos racionalidad: pues “no existe la inteligencia y después el amor:
existe el amor rico en inteligencia y la inteligencia llena de amor” (Caritas
in veritate, n. 30). Si verdad y bien están unidos, también lo están
conocimiento y amor. De esta unidad deriva la coherencia de vida y pensamiento,
la ejemplaridad que se exige a todo buen educador.
En segundo lugar, hay que considerar que la verdad misma siempre va a
estar más allá de nuestro alcance. Podemos buscarla y acercarnos a ella, pero no
podemos poseerla del todo: más bien, es ella la que nos posee a nosotros y la
que nos motiva. En el ejercicio intelectual y docente, la humildad es asimismo
una virtud indispensable, que protege de la vanidad que cierra el acceso a la
verdad. No debemos atraer a los estudiantes a nosotros mismos, sino encaminarlos
hacia esa verdad que todos buscamos. A esto os ayudará el Señor, que os propone
ser sencillos y eficaces como la sal, o como la lámpara, que da luz sin hacer
ruido (cf. Mt 5,13-15).
Todo esto nos invita a volver siempre la mirada a Cristo, en cuyo rostro
resplandece la Verdad que nos ilumina, pero que también es el Camino que lleva a la plenitud
perdurable, siendo Caminante junto a nosotros y sosteniéndonos con su amor.
Arraigados en Él, seréis buenos guías de nuestros jóvenes. Con esa esperanza, os
pongo bajo el amparo de la Virgen María, Trono de la Sabiduría, para que Ella os haga
colaboradores de su Hijo con una vida colmada de sentido para vosotros mismos y
fecunda en frutos, tanto de conocimiento como de fe, para vuestros alumnos.
Muchas gracias.
terça-feira, 1 de maio de 2012
ESTOU AQUI E TE ESPERO!!
Esta semana entramos na fase de provas finais aqui na faculdade, serão 18 dias totalmente dedicados ao estudo e põe estudo nisso! Mais são esses dias que me levam a refletir sobre a importância da constante presença de Deus em nossa vida, "vivemos como se o Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado." (S. Josemaria Escrivá, Caminho nº 267). As preocupações de cada dia podem fazer que isso ocorra realmente, passamos a considerar a Deus como algo distante, não por acreditar q seja assim, mas por simplesmente viver como se fosse assim. Deus está nos esperando a cada momento e a cada momento podemos e devemos recordar Sua presença. Ele nos espera nas alegrias e nas lutas diárias, Ele nos espera em cada Sacrário para ser Adorado, nos espera em cada pessoa que deve ser para nós Cristo. Como pensamos que superaremos tudo se não temos presença de Deus? Como superaremos os pecados se esquecemos que Deus, nossa única força, está sempre conosco? Estou aqui e te espero, Ele sussurra esta frase a cada momento em nosso coração, e devemos responder sim Senhor eu creio que estás aqui, Te adoro com profunda reverência, peço perdão de meus pecados e Graça para viver realmente sempre junto de Ti.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
UMA EXPERIÊNCIA INCRÍVEL...
Quando estive em Roma, dias depois da JMJ Madrid 2011, fui ver o Papa como todo bom católico quando está em Roma. O Santo Padre estava em Castel Gandolfo, um povoado a cerca de 30min de trem desde Roma (Termini). Foi uma experiência inesquecível, pois conseguimos (estava com uns amigos seminaristas) chegar muito perto do Santo Padre. Postarei algumas fotos que tirei de Sua Santidade nesse maravilhoso encontro! Viva o Papa!!!
domingo, 29 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
E VAMOS CAMINHANDO...
Pouco a pouco as coisas caminham dentro da Igreja, a passos de formiga ou em ritmo de uma tartaruga como algumas pessoas dizem por aí. O mais interessante dessas comprarações é que seguindo essa forma de analogia descobrimos que esses animais, formiga ou a tartaruga, caminham lento mais sempre chegam ao lugar desejado. Quem nunca acompanhou um caminho de formigas em um campo ou um montão delas em um jardim? Quem já acompanhou pode comprovar que caminham lento, trabalham em silêncio mais fazem uma boa trasformação no lugar. Qual o motivo desta minha comparação? Muito simples, em 2007 o Santo Padre deu o empurrão inicial em uma reforma dentro da Igreja. Quando muitos pensavam que o período de reformas já havia passado com o pós-concílio, Bento XVI iniciou outra reforma, ou poderiamos chamar "contra-reforma" frente aos abusos cometidos na então reforma do pós-concílio. Essa reforma não seguiu um modelo de uma grande reforma com documentos, bulas como foi a reforma Gregoriana na época medieval ou ainda como foi a reforma tridentina. Não, a reforma de Bento XVI não segue esse estilo, segue um estilo "formiga" que pouco a pouco transforma o seu entorno. Uma transformação que ocorre muitas vezes em silêncio e com muita calma.
Com uma simples mudança no corpo de Mestre de Cerimônias papais, mudança que passou despercebida para muitos ou ainda para a maioria dos católicos, o Papa mostrou qual o caminho a ser seguido nessa sua reforma: é principalmente uma reforma litúrgica! Mais que simples mudanças superficiais o que Bento XVI propõe é uma autentica interpretação do Espírito da Liturgia. Logicamente sendo Papa, Bento XVI poderia publicar um série de documentos "obrigando" a uma mudança em toda Liturgia católica, mais não está sendo assim! Bento XVI escolheu uma reforma profunda e silenciosa. Com gestos simples como colocar o crucifixo no centro do altar, colocar as 7 velas sobre o altar, dar a comunhão de joelhos, utilizar paramentos "tridentinos", celebrar em altares que não estão separados da parede, reviver o latim nas celebrações e muito mais, o Papa vai pouco a pouco mostrando o que é a tão falada Hermenêutica da Continuidade, mostrando que não existe um abismo profundo entre o pré-conciliar e o pós-conciliar e, como afirma o Papa em sua auto-biografia, o que antes era Sagrado, segue sendo Sagrado agora.
Outro acontecimento do mesmo ano de 2007 foi a publicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, documento que permite a qualquer sacerdote celebrar quando quiser a Missa de São Pio V ou Missa Tridentina. Esse documento (e os seguintes vinculados a ele) compõe o passo decisivo na Hermenêutica da Continuidade tão explicada por Bento XVI quando ainda era Cardeal. Com esse documeto o Papa afirma que a Missa Tridentina é tão válida como a Missa de Paulo VI, que a Igreja não deve temer um redescobrimento da antiga Liturgia. Essa Missa que o mesmo Papa disse "numquam abrogatam" ou seja nunca revogada, nunca proibida é a forma extraordinária e compõe com a Missa de Paulo VI o todo que é o Rito Romano. Não existe uma tensão entre as duas Missas, uma nunca anulou a outra, uma não é mais sagrada que a outra, uma não deve ser celebrada com mais dignidade que a outra pelo único motivo que as duas são duas formas de celebrar o mesmo Rito Romano. Essa redescoberta da Liturgia pré-conciliar serve para destacar mais um grande tesouro da Igreja e serve para chamar a atenção sobre a necessidade de uma digna celebração nas ambas formas do Rito Romano.
Qual foi o resultado disso que escrevi e de muitas outras coisas feitas pelo Papa para a vida concreta da Igreja? Onde se nota essa reforma? Muito simples é só olhar a transformação no entorno. O aumento no número de Padres que buscam e celebram na Forma Extraordinára, o grande números de paróquias que deram mais dignidade nas celebrações liturgicas, o aumento na uso do Latim e do Canto Gregoriano e a mais importante de todas as transformações UMA MAIOR COMPREENSÃO DO VERDADEIRO ESPÍRITO DA LITURGIA. A Liturgia bem celebrada é um meio sem igual para a evangelização.
Logicamento isso que escrevi aqui hoje não é nem a metade do que está sendo a reforma de Bento XVI, podemos notar frutos em vários outros âmbito dentro da Igreja, mais meu objetivo aqui foi destacar essa reforma onde mais se nota a transformação: na Liturgia. Uma reforma a passos de formiga que transformará toda a Igreja, uma reforma silenciosa que dentro de alguns anos florescerá em uma belíssima primavera para toda Igreja!
Sem. Paulo Cesar Vita Junior
Sem. Paulo Cesar Vita Junior
sexta-feira, 27 de abril de 2012
AS PERGUNTAS DE UM TEÓLOGO
Encontrei esse artigo na página do Fratresinunum.com e achei muito interessante. Faz uma breve analogia entre as partes do Concílio Vaticano II que são motivo de "tensão" entre a FSSPX e o Magistério e as outras partes do mesmo Concílio que são praticamente "ignoradas" por muitos dentro da própria Igreja. Logicamente isso não serve para justificar a postura da FSSPX frente ao Magistério do Vaticano II mais serve como uma "chamada de atenção" sobre os abusos contra a doutrina da Santa Igreja e sobre esse espírito de desobediência já condenado pelo Papa.
Apresentamos nossa tradução do artigo do teólogo John R. T. Lamont escrito para www.chiesa, a página do vaticanista Sandro Magister no portal do L’Espresso.
Licenciado em Filosofia em Oxford e em Teologia em Ottawa com o teólogo
dominicano Jean-Marie Tillard, Lamont vive na Austrália e leciona em
Sydney, no Instituto Católico e na Universidade de Notre Dame, com o
mandato canônico da arquidiocese para o ensino da teologia. Publicou
vários livros e ensaios, também em revistas não especializadas, como a
americana “First Things”. Contribuiu recentemente, também, para a
revista internacional “Divinitas”, dirigida por Monsenhor Brunero
Gherardini.
As perguntas de um teólogo
Por John R.T. Lamont
Em
um comunicado de 16 de março de 2012, a Santa Sé anunciou que o bispo
Bernard Fellay, superior geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X,
FSSPX, foi informado de que a resposta da Fraternidade ao preâmbulo
doutrinal apresentado pela Congregação para a Doutrina da Fé foi
considerada “insuficiente para superior os problemas doutrinais que
estão na base da fratura entre a Santa Sé e a Fraternidade”. O
comunicado não esclarece se este juízo foi emitido pela CDF e aprovado
pelo Papa, ou se é um juízo do próprio Papa. Este juízo é o último, até o
momento, de um processo de discussão sobre as questões de doutrina
entre a CDF e a FSSPX. A natureza e a seriedade deste juízo propõem
importantes interrogações para um teólogo católico. O dever deste artigo
é responder a tais perguntas.
A
discrição dos colóquios doutrinais em curso dificulta expressar um
comentário sobre o juízo. A razão desta reserva é difícil de
compreender, pois os argumentos da discussão não se referem a detalhes
práticos de uma enumeração de ordem canônica – que se beneficiaria
claramente da discrição –, mas de matérias de fé e de doutrina, que
concernem não só às partes implicadas, mas a todos os fiéis católicos.
Todavia, já se falou bastante em público sobre a posição da FSSPX para
permitir uma avaliação da situação. Há duas coisas que devem ser
consideradas aqui: a fratura entre a Santa Sé e a FSSPX produzida pelos
problemas doutrinais em discussão, e a natureza destes mesmos problemas
doutrinais.
Em uma réplica a um estudo
de Fernando Ocáriz sobre a autoridade doutrinal do Concílio Vaticano
II, o Padre Jean-Michel Gleize, da FSSPX, enumerou os elementos deste
Concílio que a FSSPX considera inaceitáveis:
“Ao
menos sobre quatro pontos, os ensinamentos do Concílio Vaticano II
estão de tal maneira em contradição lógica com as declarações do
precedente magistério tradicional, que é impossível interpretá-los na
linha dos outros ensinamentos já contidos nos documentos precedentes do
Magistério da Igreja. O Vaticano II rompeu, portanto, a unidade do
magistério, na medida em que rompeu com a unidade de seu objeto”.
“Os
quatro pontos são os seguintes. A doutrina da liberdade religiosa, tal
como se expressa no número 2 da declaração ‘Dignitatis Humanae’,
contradiz os ensinamentos de Gregório XVI na ‘Mirari vos’ e de Pio IX na
‘Quanta cura’, assim como os de Leão XIII na ‘Immortale Dei’ e os de
Pio XI na ‘Quas primas’.
“A doutrina
da Igreja, tal como expressa no número 8 da Constituição ‘Lumen gentium’
contradiz os ensinamentos de Pio XII na ‘Mystici corporis’ e na ‘Humani
generis’.
“A doutrina sobre o
ecumenismo, tal como expressa o número 8 da ‘Lumen gentium’ e o número 3
do decreto ‘Unitatis redintegratio’, contradiz os ensinamentos de Pio
IX nas proposições 16 e 17 do ‘Syllabus’, os de Leão XIII na ‘Satis
cognitum’ e os de Pio XI na ‘Mortalium animos’.
“A
doutrina da colegialidade, tal como expressa no número 22 da
constituição ‘Lumen gentium, inclusive no número 3 da ‘Nota praevia’,
contradiz os ensinamentos do Concílio Vaticano I sobre a unicidade do
sujeito do supremo poder na Igreja, e a constituição ‘Pastor aeternus’”.
Padre
Gleize tomou parte na discussão doutrinal entre a FSSPX e as
autoridades romanas, assim como o fez também Ocáriz. Podemos assumir de
forma razoável as afirmações citadas como uma descrição dos pontos
doutrinais sobre os quais a FSSPX não quer transigir e que foram
considerados pela Santa Sé como inevitável origem da fratura.
O Vaticano II como razão da fratura?
A
primeira pergunta com a qual tropeça um teólogo em relação à posição da
FSSPX diz respeito à questão da autoridade do Concílio Vaticano II. O
artigo de Ocáriz, ao qual respondeu o Padre Gleize, publicado na edição
de 2 de dezembro do L’Osservatore Romano, parece sustentar que uma
recusa à autoridade do Vaticano II seja a base da fratura verificada
pela Santa Sé. Mas para quem está a par tanto da posição teológica da
FSSPX como do ambiente de opinião teológica na Igreja Católica, esta
tese é difícil de entender. Os pontos mencionados pelo Padre Gleize são
apenas quatro do volumoso magistério do Vaticano II. A FSSPX não rechaça
o Vaticano em sua globalidade: pelo contrário, Dom Fellay afirmou que a
Fraternidade aceita 95 por cento de seus ensinamentos. Isso significa
que a Fraternidade é mais fiel aos ensinamentos do Vaticano II que boa
parte do clero e da hierarquia da Igreja Católica.
Consideremos as seguintes afirmações deste Concílio:
“Dei Verbum” 11:
“A
santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e
canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as
suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr.
Jo. 20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e
como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para escrever os
livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas
faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles,
pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo
que Ele queria.
“Dei Verbum” 19:
“Os
quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem
fielmente as coisas que Jesus, Filho de Deus. durante a sua vida
terrena, realmente operou e ensinou para salvação eterna dos homens, até
ao dia em que subiu ao céu”
“Lumen gentium” 3:
“Sempre que
no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa,
foi imolado» (1 Cor. 5,7), realiza-se também a obra da nossa redenção”
“Lumen gentium” 8:
“A
sociedade organizada hierarquicamente, e o Corpo místico de Cristo, o
agrupamento visível e a comunidade espiritual, a Igreja terrestre e a
Igreja ornada com os dons celestes não se devem considerar como duas
entidades, mas como uma única realidade complexa, formada pelo duplo
elemento humano e divino
“Lumen gentium” 10:
“O
sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico,
embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se
mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único
sacerdócio de Cristo. Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu
poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício
eucarístico fazendo as vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de
todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da
Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real, que eles exercem na
recepção dos sacramentos, na oração e acção de graças, no testemunho da
santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa”
“Lumen gentium” 14:
“
Fundado na Escritura e Tradição, [o concílio] ensina que esta Igreja,
peregrina sobre a terra, é necessária para a salvação. Com efeito, só
Cristo é mediador e caminho de salvação e Ele torna-Se-nos presente no
Seu corpo, que é a Igreja; ao inculcar expressamente a necessidade da fé
e do Baptismo (cfr. Mc. 16,16; Jo. 3,15), confirmou simultaneamente a
necessidade da Igreja, para a qual os homens entram pela porta do
Biptismo”.
“Gaudium et spes” 48:
“Por
sua própria índole, a instituição matrimonial e o amor conjugal estão
ordenados para a procriação e educação da prole, que constituem como que
a sua coroa.”
“Gaudium et spes” 51:
A
vida “deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o
primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes
abomináveis”.
A grande maioria dos
teólogos nas instituições católicas da Europa, América do Norte, Ásia e
Austrália tendem a rechaçar todos ou a maior parte destes ensinamentos.
Estes teólogos são seguidos nessas áreas pela maior parte das ordens
religiosas e por uma parte considerável dos bispos. Seria difícil, por
exemplo, encontrar um jesuíta que ensine teologia em qualquer
instituição jesuíta e que aceite um só destes textos. Os textos citados
são apenas uma seleção dos ensinamentos do Vaticano II que são
rechaçados por estes grupos; e poderiam ser aumentados muito em número.
Pois
bem, tais ensinamentos fazem parte justamente desses 95% do Vaticano II
que a FSSPX aceita. E, diferentemente dos 5% rechaçados deste Concílio
pela FSSPX, os ensinamentos referidos mais acima são centrais para a fé e
a moral católica e incluem alguns dos ensinamentos fundamentais do
próprio Cristo.
A primeira
interrogação que o comunicado da Santa Sé apresenta a um teólogo é: por
que a recusa pela FSSPX de uma pequena parte dos ensinamentos do
Vaticano II origina uma fratura entre a Fraternidade e a Santa Sé,
enquanto a recusa mais numerosa e importante dos ensinamentos do
Vaticano II por parte de outros grupos os deixa tranquilos em seu lugar e
em posse de uma plena condição canônica? A recusa da autoridade do
Vaticano II pela FSSPX não pode ser a resposta a esta questão. Na
realidade, a FSSPX mostra maior respeito pela autoridade do Vaticano II
que a maior parte das ordens religiosas na Igreja.
É
interessante observar que os textos do Vaticano II rechaçados pela
FSSPX são aceitos por esses grupos dentro da Igreja que recusam outros
ensinamentos deste Concílio. Alguém poderia supor, portanto, que são
justamente estes textos específicos – sobre a liberdade religiosa, a
Igreja, o ecumenismo, a colegialidade – que causam o problema. A fratura
entre a Santa Sé e a FSSPX nasce porque ela rechaça estes elementos
particulares. Mas se é este o caso, a primeira pergunta se reapresenta,
simplesmente, com maior força.
Problemas com a doutrina católica?
Se
a fratura entre a Santa Sé e a FSSPX não nascesse da recusa da
autoridade do Concílio Vaticano II pela Fraternidade, poderia ser o caso
de a fratura nascer da posição doutrinal da mesma FSSPX. Depois de
tudo, há dois aspectos da posição da FSSPX sobre o Vaticano II. O
primeiro é a tese segundo a qual algumas afirmações do Vaticano II são
falsas e não devem ser aceitas; este é o aspecto que rechaça a
autoridade do Concílio. O outro aspecto é a descrição positiva da
doutrina que deveria ser aceita no lugar das alegadas falsas afirmações.
Este segundo aspecto é o mais importante da discussão entre a FSSPX e
as autoridades romanas. Afinal de contas, a finalidade da existência dos
ensinamentos magisteriais é comunicar a verdadeira doutrina aos
católicos, e sua autoridade sobre os católicos deriva desta finalidade.
Este aspecto da posição da FSSPX consiste em afirmações sobre as
doutrinas que os católicos deveriam crer, afirmações que em si mesmas
não dizem nada sobre os conteúdos ou a autoridade do Vaticano II.
Devemos, portanto, considerar se estas afirmações podem originar uma
fratura entre a Santa Sé e a FSSPX.
Ao
julgar a posição doutrinal da FSSPX, devemos ter em conta que há uma
diferença essencial entre a posição da FSSPX sobre o Vaticano II e a
posição desses setores dentro da Igreja que rejeitam os ensinamentos
acima citados, tanto de “Dei Verbum” como de “Lumen gentium” e “Gaudium
et spes”. Estes setores simplesmente afirmam que certas doutrinas da
Igreja Católica não são verdadeiras: eles rechaçam o ensinamento
católico e ponto. Pelo contrário, a FSSPX não defende que ensinamento da
Igreja Católica seja falso: defende que algumas afirmações do Vaticano
II contradizem os ensinamentos magisteriais que têm maior autoridade e,
portanto, aceitar as doutrinas da Igreja Católica exige aceitar estes
ensinamentos mais autorizados, rejeitando a pequena porção de erros
presentes no Vaticano II. Ela sustenta que o ensinamento verdadeiro da
Igreja Católica deve ser encontrado nas afirmações precedentes e mais
autorizadas.
Positivamente, portanto, a
posição doutrinal da FSSPX consiste em defender os ensinamentos de uma
parte dos pronunciamentos magisteriais. O Padre Gleize enumera os mais
importantes pronunciamentos em questão: a encíclica de Gregorio XVI
“Mirari vos”, a encíclica de Pio IX “Quanta cura” com o respectivo
“Syllabus”, as encíclicas de León XIII “Immortale Dei” e “Satis
cognitum”, as encíclicas de Pio XI “Quas primas” e “Mortalium animos”,
as encíclicas de Pio XII “Mystici corporis” e “Humani generis”, e a
constituição do Concílio Vaticano I “Pastor aeternus”. Todos estes são
pronunciamentos magisteriais de grande autoridade e, em algum caso,
incluem definições dogmáticas infalíveis, o que não ocorre com o
Concílio Vaticano II.
Isso apresenta a
segunda questão a respeito da posição da Santa Sé sobre a FSSPX, que
induz um teólogo a se perguntar: como pode haver objeções à FSSPX quando
ela defende a verdade de pronunciamentos magisteriais de grande
autoridade?
É uma interrogação que tem
em si mesma a resposta: não pode haver tais objeções. Se a posição da
FSSPX sobre a doutrina pode ser julgada objetável, deve ser sustentado
que sua posição não coincide com a que realmente ensinam os
pronunciamentos magisteriais e, portanto, a FSSPX falsificaria o
significado de tais pronunciamentos. Esta tese não é fácil de ser
defendida, pois quando esses pronunciamentos precedentes foram
promulgados, deram origem a um considerável corpo de estudos teológicos
cujo fim era a sua interpretação. O significado que a FSSPX lhes atribui
deriva deste conjunto de estudos e corresponde a como esses
pronunciamentos foram entendidos no tempo em que se produziram.
Isso
faz com que a terceira questão que surge em um teólogo seja ainda mais
precisa e urgente: o que ensinam, na realidade, estes pronunciamentos,
se não é o que a FSSPX diz que ensinam?
A
resposta que muitos dão é que os significados efetivos destes
pronunciamentos são dados por, ou ao menos estão em harmonia com, os
textos do Concílio Vaticano II que a FSSPX rejeita. Podemos admitir esta
resposta como verdadeira, mas isso não ajudará a responder a pergunta.
Os textos do Vaticano II não oferecem muitas explicações sobre o
significado destes pronunciamentos precedentes. Por exemplo, a
“Dignitatis humanae” diz simplesmente que seu ensinamento “deixa íntegra
a doutrina tradicional católica sobre o dever moral dos homens e das
sociedades para com a religião verdadeira e a única Igreja de Cristo”.
Com isso, não oferece nenhuma explicação desta doutrina.
A
insuficiência desta resposta conduz à quarta questão, que é a segiunte:
qual é o ensinamento autorizado da Igreja Católica sobre os pontos
disputados entre a FSSPX e a Santa Sé?
Não
há nenhuma dúvida de que as discussões doutrinais entre ambas as partes
implicam um exame da questão, mas a reserva de tais discussões deixa o
resto da Igreja às escuras sobre esta matéria. Sem uma resposta à quarta
questão, não há possibilidade de resposta a esta quinta pergunta: por
que as posições doutrinais da FSSPX dão origem a uma fratura entre a
Fraternidade e a Santa Sé?
Mas esta
quinta pergunta, embora significativa, não tem a importância da quarta. A
natureza do ensinamento da Igreja Católica sobre a liberdade religiosa,
o ecumenismo, a Igreja e a colegialidade é de grande importância para
todos os católicos. As perguntas suscitadas pelas discussões entre a
Santa Sé e a FSSPX dizem respeito a toda a Igreja, não só às partes
empenhadas na discussão.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
UM ÓTIMO ARTIGO SOBRE A OBSERVÂNCIA DAS NORMAS LITURGICAS
DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS
DO SUMO PONTÍFICE
Observância das normas litúrgicas e “ars celebrandi”
1. A situação no pós-Concílio
O Concílio Vaticano II ordenou uma reforma geral na sagrada liturgia [1]. Esta foi efetuada, após o encerramento do Concílio, por uma comissão chamada abreviadamente de Consilium [2]. É sabido que a reforma litúrgica foi desde o início objeto de críticas, às vezes radicais, como de exaltações, em certos casos excessivas. Não é nossa intenção nos deter neste problema. Podemos dizer em contrapartida que se está geralmente de acordo em observar um forte aumento dos abusos no campo celebrativo depois do Concílio. Também o Magistério recente tomou nota da situação e em muitos casos chamou à estrita observância das normas e das indicações litúrgicas. Por outro lado, as leis litúrgicas estabelecidas para a forma ordinária (ou de Paulo VI) — que, exceções à parte, celebra-se sempre e em todas partes na Igreja de hoje — são muito mais "abertas" em relação ao passado. Estas permitem muitas exceções e diversas aplicações, e preveem também múltiplos formulários para os diversos ritos (a pluriformidade inclusive aumenta na passagem da editio typica latina às versões nacionais). Apesar disso, um grande número de sacerdotes considera que tem de ampliar ulteriormente o espaço deixado à "criatividade", que se expressa sobretudo com a frequente mudança de palavras ou de frases inteiras em relação às fixadas nos livros litúrgicos, com a inserção de "ritos" novos e frequentemente estranhos completamente à tradição litúrgica e teológica da Igreja e inclusive com o uso de vestimentas, utensílios sagrados e adornos nem sempre adequados e, em alguns casos, caindo inclusive no ridículo. O liturgista Cesare Giraudo resumiu a situação com estas palavras:
"Se antes [da reforma litúrgica] havia fixação, esclerose de formas, inaturalidade, que faziam a liturgia de então um ‘liturgia de ferro', hoje, há naturalidade e espontaneidade, sem dúvida sinceras, mas frequentemente confusas, mal entendidas, que fazem — ou ao menos correm o risco de fazer — da liturgia uma "liturgia de borracha", incerta, escorregadiça, que às vezes se expressa em uma ostentosa liberação de toda normativa escrita. [...] Esta espontaneidade mal entendida, que se identifica de fato com a improvisação, a falta de seriedade, a superficialidade, o permissivismo, é o novo ‘critério' que fascina inumeráveis agentes pastorais, sacerdotes e leigos.
[...] Por não falar também daqueles sacerdotes que, às vezes e em alguns lugares, arrogam-se o direito de utilizar pregações eucarísticas selvagens, ou de compor aqui ou ali seu texto ou partes dele" [3].
O Papa João Paulo II, na encíclica Ecclesia de Eucharistia, manifestou seu desgosto pelos abusos litúrgicos que acontecem frequentemente, particularmente na celebração da Santa Missa, já que a "Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e diminuições" [4]. Ele acrescentou:
"Temos a lamentar, infelizmente, que sobretudo a partir dos anos da reforma litúrgica pós-conciliar, por um ambíguo sentido de criatividade e adaptação, não faltaram abusos, que foram motivo de sofrimento para muitos. Uma certa reacção contra o «formalismo» levou alguns, especialmente em determinadas regiões, a considerarem não obrigatórias as «formas» escolhidas pela grande tradição litúrgica da Igreja e do seu magistério e a introduzirem inovações não autorizadas e muitas vezes completamente impróprias. Por isso, sinto o dever de fazer um veemente apelo para que as normas litúrgicas sejam observadas, com grande fidelidade, na celebração eucarística. Constituem uma expressão concreta da autêntica eclesialidade da Eucaristia; tal é o seu sentido mais profundo. A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do celebrante, nem da comunidade onde são celebrados os santos mistérios." [5].
2. Causas e efeitos do fenômeno
O fenômeno da "desobediência litúrgica" estendeu-se de tal forma, por número e em certos casos também por gravidade, que se formou em muitos uma mentalidade pela qual na liturgia, salvando as palavras da consagração eucarística, se poderiam dar todas as modificações consideradas "pastoralmente" oportunas pelo sacerdote ou pela comunidade. Esta situação induziu o próprio João Paulo II a pedir à Congregação para o Culto Divino que preparasse uma Instrução disciplinar sobre a Celebração da Eucaristia, publicada com o título de Redemptionis Sacramentum, a 25 de março de 2004. Na citação antes reproduzida da Ecclesia de Eucharistia, indicava-se na reação ao formalismo uma das causas da "desobediência litúrgica" de nosso tempo. A Redemptionis Sacramentum assinala outras causas, entre elas um falso conceito de liberdade [6] e a ignorância. Esta última em particular se refere não só ao conhecimento das normas, mas também a uma compreensão deficiente do valor histórico e teológico de muitos textos eucológicos e ritos: "Finalmente, os abusos se fundamentam com frequência na ignorância, já que quase sempre se rejeita aquilo que não se compreende seu sentido mais profundo e sua Antiguidade" [7].
Introduzindo o tema da fidelidade às normas em uma compreensão teológica e histórica, ademais de no contexto da eclesiologia de comunhão, a Instrução afirma: "O Mistério da Eucaristia é demasiado grande «para que alguém possa permitir tratá-lo ao seu arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua dimensão universal» [...] Os atos arbitrários não beneficiam a verdadeira renovação e sim lesionam o verdadeiro direito dos fiéis à ação litúrgica, à expressão da vida da Igreja, de acordo com sua tradição e disciplina. Além disso, introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de deformação, quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de significar e de realizar admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do povo de Deus. Estes atos arbitrários causam incerteza na doutrina, dúvida e escândalo para o povo de Deus e, quase inevitavelmente, uma violenta repugnância que confunde e aflige com força a muitos fiéis em nossos tempos, em que frequentemente a vida cristã sofre o ambiente, muito difícil, da «secularização».
Por outra parte, todos os fiéis cristãos gozam do direito de celebrar uma liturgia verdadeira, especialmente a celebração da santa Missa, que seja tal como a Igreja tem querido e estabelecido, como está prescrito nos livros litúrgicos e nas outras leis e normas. Além disso, o povo católico tem direito a que se celebre por ele, de forma íntegra, o santo Sacrifício da Missa, conforme toda a essência do Magistério da Igreja. Finalmente, a comunidade católica tem direito a que de tal modo se realize para ela a celebração da Santíssima Eucaristia, que apareça verdadeiramente como sacramento de unidade, excluindo absolutamente todos os defeitos e gestos que possam manifestar divisões e facções na Igreja." [8]
Particularmente significativo neste texto é o chamado ao direito dos fiéis de terem a liturgia celebrada segundo as normas universais da Igreja, além de sublinhar o fato de que as transformações e modificações da liturgia — ainda que se façam por motivos "pastorais" — não têm na realidade um efeito positivo neste campo; ao contrário, confundem, turbam, cansam e podem inclusive fazer os fiéis se afastarem da prática religiosa.
3. O ars celebrandi
Eis aqui os motivos pelos quais o Magistério nas últimas quatro décadas recordou várias vezes aos sacerdotes a importância do ars celebrandi, o qual — se bem não consiste apenas na perfeita execução dos ritos de acordo com os livros, mas também e sobretudo no espírito de fé e adoração com os que estes se celebram — não se pode no entanto realizar se se afasta das normas fixadas para a celebração [9]. Assim o expressa por exemplo o Santo Padre Bento XVI: "O primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo; a arte da celebração é a melhor condição para a participação ativa (actuosa participatio). Aquela resulta da fiel obediência às normas litúrgicas na sua integridade, pois é precisamente este modo de celebrar que, há dois mil anos, garante a vida de fé de todos os crentes, chamados a viver a celebração enquanto povo de Deus, sacerdócio real, nação santa"(cf. 1 Pd 2,4-5.9)" [10].
Recordando estes aspectos, não se deve cair no erro de esquecer os frutos positivos produzidos pelo movimento de renovação litúrgica. O problema assinalado, contudo, subsiste e é importante que a solução ao mesmo parta dos sacerdotes, os quais devem se empenhar antes de tudo em conhecer de maneira aprofundada os livros litúrgicos, e também a pôr fielmente em prática suas prescrições. Só o conhecimento das leis litúrgicas e o desejo de se ater estritamente a elas impedirá ulteriores abusos e "inovações" arbitrárias que, se no momento podem talvez emocionar os presentes, na realidade acabam logo por cansar e defraudar. Salvas as melhores intenções de quem as comete, depois de quarenta anos de experiência na questão, a "desobediência litúrgica" não constrói de fato comunidades cristãs melhores, mas, ao contrário, põe em risco a solidez de sua fé e de sua pertença à unidade da Igreja Católica. Não se pode utilizar o caráter mais "aberto" das novas normas litúrgicas como pretexto para desnaturalizar o culto público da Igreja:
"As novas normas simplificaram muito as fórmulas, os gestos, os atos litúrgicos [...] Mas neste campo não se deve ir além do estabelecido: de fato, procedendo assim, se despojaria a liturgia dos sinais sagrados e de sua beleza, que são necessários, para que se realize verdadeiramente na comunidade cristã o mistério da salvação e seja compreendido também, sob o véu das realidades visíveis, através de uma catequese apropriada. A reforma litúrgica de fato não é sinônimo de dessacralização, nem quer ser motivo para esse fenômeno que chamam de a secularização do mundo. É necessário por isso conservar nos ritos dignidade, seriedade, sacralidade" [11].
Entre as graças que esperamos poder obter da celebração do Ano Sacerdotal está portanto também a de uma verdadeira renovação litúrgica no seio da Igreja, para que a sagrada liturgia seja compreendida e vivida pelo que esta é na realidade: o culto público e integral do Corpo Místico de Cristo, Cabeça e membros, culto de adoração que glorifica a Deus e santifica os homens [12].
Assinar:
Postagens (Atom)