sábado, 28 de abril de 2012

E VAMOS CAMINHANDO...



Pouco a pouco as coisas caminham dentro da Igreja, a passos de formiga ou em ritmo de uma tartaruga como algumas pessoas dizem por aí. O mais interessante dessas comprarações é que seguindo essa forma de analogia descobrimos que esses animais, formiga ou a tartaruga, caminham lento mais sempre chegam ao lugar desejado. Quem nunca acompanhou um caminho de formigas em um campo ou um montão delas em um jardim? Quem já acompanhou pode comprovar que caminham lento, trabalham em silêncio mais fazem uma boa trasformação no lugar. Qual o motivo desta minha comparação? Muito simples, em 2007 o Santo Padre deu o empurrão inicial em uma reforma dentro da Igreja. Quando muitos pensavam que o período de reformas já havia passado com o pós-concílio, Bento XVI iniciou outra reforma, ou poderiamos chamar "contra-reforma" frente aos abusos cometidos na então reforma do pós-concílio. Essa reforma não seguiu um modelo de uma grande reforma com documentos, bulas como foi a reforma Gregoriana na época medieval ou ainda como foi a reforma tridentina. Não, a reforma de Bento XVI não segue esse estilo, segue um estilo "formiga" que pouco a pouco transforma o seu entorno. Uma transformação que ocorre muitas vezes em silêncio e com muita calma. 

Com uma simples mudança no corpo de Mestre de Cerimônias papais, mudança que passou despercebida para muitos ou ainda para a maioria dos católicos, o Papa mostrou qual o caminho a ser seguido nessa sua reforma: é principalmente uma reforma litúrgica! Mais que simples mudanças superficiais o que Bento XVI propõe é uma autentica interpretação do Espírito da Liturgia. Logicamente sendo Papa, Bento XVI poderia publicar um série de documentos "obrigando" a uma mudança em toda Liturgia católica, mais não está sendo assim! Bento XVI escolheu uma reforma profunda e silenciosa. Com gestos simples como colocar o crucifixo no centro do altar, colocar as 7 velas sobre o altar, dar a comunhão de joelhos, utilizar paramentos "tridentinos", celebrar em altares que não estão separados da parede, reviver o latim nas celebrações e muito mais, o Papa vai pouco a pouco mostrando o que é a tão falada Hermenêutica da Continuidade, mostrando que não existe um abismo profundo entre o pré-conciliar e o pós-conciliar e, como afirma o Papa em sua auto-biografia, o que antes era Sagrado, segue sendo Sagrado agora. 

Outro acontecimento do mesmo ano de 2007 foi a publicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, documento que permite a qualquer sacerdote celebrar quando quiser a Missa de São Pio V ou Missa Tridentina. Esse documento (e os seguintes vinculados a ele) compõe o passo decisivo na Hermenêutica da Continuidade tão explicada por Bento XVI quando ainda era Cardeal. Com esse documeto o Papa afirma que a Missa Tridentina é tão válida como a Missa de Paulo VI, que a Igreja não deve temer um redescobrimento da antiga Liturgia. Essa Missa que o mesmo Papa disse "numquam abrogatam" ou seja nunca revogada, nunca proibida é a forma extraordinária e compõe com a Missa de Paulo VI o todo que é o Rito Romano. Não existe uma tensão entre as duas Missas, uma nunca anulou a outra, uma não é mais sagrada que a outra, uma não deve ser celebrada com mais dignidade que a outra pelo único motivo que as duas são duas formas de celebrar o mesmo Rito Romano. Essa redescoberta da Liturgia pré-conciliar serve para destacar mais um grande tesouro da Igreja e serve para chamar a atenção sobre a necessidade de uma digna celebração nas ambas formas do Rito Romano.
 
Qual foi o resultado disso que escrevi e de muitas outras coisas feitas pelo Papa para a vida concreta da Igreja? Onde se nota essa reforma? Muito simples é só olhar a transformação no entorno. O aumento no número de Padres que buscam e celebram na Forma Extraordinára, o grande números de paróquias que deram mais dignidade nas celebrações liturgicas, o aumento na uso do Latim e do Canto Gregoriano e a mais importante de todas as transformações UMA MAIOR COMPREENSÃO DO VERDADEIRO ESPÍRITO DA LITURGIA. A Liturgia bem celebrada é um meio sem igual para a evangelização.
Logicamento isso que escrevi aqui hoje não é nem a metade do que está sendo a reforma de Bento XVI, podemos notar frutos em vários outros âmbito dentro da Igreja, mais meu objetivo aqui foi destacar essa reforma onde mais se nota a transformação: na Liturgia. Uma reforma a passos de formiga que transformará toda a Igreja, uma reforma silenciosa que dentro de alguns anos florescerá em uma belíssima primavera para toda Igreja!     

Sem. Paulo Cesar Vita Junior

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